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12/12/22

4 min de leitura

A bola da Copa do Mundo e os seus segredos tecnológicos

Márcio SenaMárcio Sena

Quando você pensa em uma bola de futebol, é difícil imaginar como isso tem a ver com tecnologia. Mas se você tem acompanhado de perto a Copa do Mundo do Catar, talvez tenha notado bolas sendo recarregadas nas linhas laterais. Literalmente recarregadas, assim como acontece com o seu celular, por exemplo. Pode parecer bizarro, mas há uma boa razão para que a FIFA tenha decidido fazer as bolas de futebol da Copa do Mundo de 2022 de alta tecnologia.

Além disso, eu sei que o sonho do Hexa já terminou e precisamos esperar mais 4 anos para levantar o caneco novamente, mas isso não é motivo para não curtir o evento. Ainda mais com uma invenção tão interessante como essa! Então confira como funciona essa bola do futuro:

A bola conectada

A Al Rhila, também conhecida como “a bola conectada”, é fabricada pela Adidas. O nome árabe faz referência ao termo “viagem” e as inovações tecnológicas que o objeto redondo traz vão nesta mesma direção. Isto porque as viagens que a bola faz em campo podem ser completamente seguidas, uma vez que cada uma delas é equipada com um sensor. E é ele permite o rastreamento espacial em tempo real. Depois, os dados que surgem a partir disso, quando combinados com ferramentas de rastreamento ótico, fazem com que o VAR e as revisões fora de jogo sejam ainda mais precisos. E claro: aceleram todas as tomadas de decisão, tornando a partida mais fluida.

Para quem não conhece, a fabricante do sensor, KINEXON, é uma grande empresa de inovação e com muita experiência em tecnologia esportiva. Eles passaram seis anos desenvolvendo e testando o sensor, que pesa apenas meia grama, antes de conseguir a aprovação pela FIFA.

Como funciona a tecnologia?

Cada bola contém um dispositivo com dois sensores, cada um com um propósito diferente. Um deles é um sensor de banda ultralarga (UWB), que é mais preciso que o GPS ou Bluetooth. Isto contribui para o fornecimento de dados sobre onde a bola está e a transmissão desses dados em tempo real. O segundo sensor é um de unidade de medição inercial (IMU), que dá uma visão granular de como a bola se move no espaço.

Ou seja, sempre que uma bola é tocada ou chutada na Copa do Mundo, os sensores começam a disparar e captam os dados a 500 quadros por segundo. Esses dados são transmitidos instantaneamente para o sistema de posicionamento local (LPS) instalado ao redor do campo, que armazena as informações para uso imediato.

Entretanto, esta nova tecnologia ainda tem uma ligeira limitação, uma vez que os sensores são alimentados por baterias recarregáveis. Aliás, é por isso que viralizou na internet fotos das bolas da Copa sendo recarregadas antes de uma partida.

Até o impedimento mudou

Durante toda a Copa do Mundo, esta nova tecnologia tem funcionado em conjunto com o Hawk-Eye, um sistema de câmeras que já está em uso no tênis. São basicamente 12 câmeras Hawk-Eye espalhadas pelo estádio, rastreando tanto a bola quanto todos os jogadores em campo a uma taxa de 50 quadros por segundo.

Em seguida, os dados passam por um sistema de Inteligência Artificial que envia um alerta para árbritros de jogo na sala de vídeo. Assim, em vez de passar lentamente um pente fino em cada lance duvidoso, essas pessoas na cabine podem simplesmente pular para as filmagens e confirmar o alerta por meio dos sensores.

E, como um bônus adicional para fãs, o software de IA também gera renderizações 3D dos dados para a transmissão. É por isso que as transmissões esportivas sempre mostram aqueles bonecos em lances de impedimento. Ou seja, a visualização como um todo é aprimorada.

Evolução constante

Em pouco tempo, esta combinação de rastreamento ótico da bola será uma ferramenta familiar a todos os esportes. Como mencionado, o tênis já possui isso e a NBA também tem um sistema parecido dentro de algumas transmissões.

Além de faciltiar o controle do que acontece no campo por parte de árbitros, as equipes e jogadores(as) podem utilizar os dados resultantes para análise tática de próximos jogos. E na televisão, o impacto já é bastante visual para quem está acompanhando a Copa do Mundo de perto. No mais, torcedores e torcedoras poderão também, eventualmente, ter acesso a um vasto oceano de novas estatísticas que nunca foram possíveis até agora.

No fim das contas, é quase como uma democratização de tudo que acontece no campo. Ou seja, o esporte apenas expande sua ideia principal, que é a de se tornar algo universal.

E agora, o que fazer até o Hexa chegar?

Bom, aproveitando que estamos falando de inovações tecnológicas, fica a indicação de uma ótima opção de leitura: já ouviu falar de Carbon, a nova linguagem de programação do Google?. Além disso, a minha recomendação é continuar dentro deste universo maravilhoso da tecnologia. E não tem nada melhor do que fazer isso em boa companhia, certo? Então vem participar da nossa comunidade no Discord! Por lá, falamos de inovação, mercado dev, carreira e jogamos conversa fora. Também temos eventos incríveis e bootcamps profissionalizantes disponíveis. Bora?

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