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homem negro e deficiente visual utiliza o celular - Artigo do blog da Impulso sobre acessibilidade

13/07/22

5 min de leitura

homem negro e deficiente visual utiliza o celular - Artigo do blog da Impulso sobre acessibilidade

Acessibilidade por pessoas desenvolvedoras: o lado humano do código

Karine SilveiraKarine Silveira

Muitos dizem que a web é para todos, mas a realidade ainda está bem distante disso. Por mais que a tecnologia tenha evoluído bastante para atender as necessidades de diferentes pessoas, até hoje temos muitos produtos digitais com problemas de acessibilidade.

É fundamental que as pessoas desenvolvedoras responsáveis pela criação e manutenção dos ativos digitais considerem a importância do tema. Isso significa garantir que o seu conteúdo poderá ser consumido por mais gente, independentemente das suas condições físicas ou intelectuais.

Este foi, inclusive, o tema da Impulso Talks que recebeu Carol Soares, desenvolvedora e ativista de inclusão e diversidade em tecnologia. Ela falou sobre as melhores práticas para desenvolvimento acessível, discutindo a importância de pensar no lado humano do código. Confira os principais destaques a seguir!

A importância de falar sobre acessibilidade

De acordo com o IBGE, cerca de 8,4% da população brasileira acima de dois anos de idade têm algum tipo de deficiência. Isto representa um total de 17,3 milhões de pessoas. E tem mais: um levantamento da Click-Away Pound apontou que 69% das pessoas com deficiência (PCD) já abandonou um site ou software por falta de acessibilidade.

Tendo em vista esses números, fica nítido que é preciso quebrar um dos principais mitos relacionados ao assunto: o de que essa parcela da população não é tão numerosa e não merece atenção especial no desenvolvimento de soluções digitais.

Além disso, esta temática está relacionada a vários segmentos diferentes de empresas. Por exemplo, soluções de governos e companhias privadas contam com versões digitais e aplicativos que precisam ser acessíveis a todas as pessoas. Ignorar o público com deficiência é o mesmo que restringir o alcance do seu produto.

O assunto também é uma questão que considera os diferentes dispositivos utilizados pelas pessoas para acessar o conteúdo. Isso inclui, mas não se limita a computadores, smartphones e softwares de acessibilidade, como leitores de tela.

A seguir, conheça os três pilares que ajudam a indicar as prioridades desse tipo de trabalho:

  • Tornar o conteúdo acessível a todas as pessoas e acima de qualquer limitação;
  • Criar e manter produtos digitais fáceis de acessar e intuitivos;
  • Testar continuamente o conteúdo para usabilidade.

Principais erros de acessibilidade

Se existem erros, significa que existiu uma tentativa. Esse é um ótimo começo, mas não é o ideal! Pensando nisso, relacionamos os 5 principais erros já cometidos para que você passe a acertar daqui em diante.

1. Não taguear recursos corretamente

A maioria das ferramentas, como é o caso de leitores de tela, baseiam-se em tags específicas para entregar o conteúdo a pessoas com deficiência. No entanto, se esses valores estiverem definidos de maneira incorreta ou ausentes, a acessibilidade digital será prejudicada.

É o caso, por exemplo, da tag “lang”, que indica o idioma de um texto para esse tipo de ferramenta. Outro caso é a definição de textos alternativos nas imagens, que possibilitam a compreensão delas por todas as pessoas, além de contribuir para o SEO.

2. Não considerar as cores

O uso das cores em seus produtos digitais têm um impacto significativo. Afinal, o contraste entre elas pode prejudicar a leitura de imagens e textos dependendo do público.

Felizmente, existe um padrão considerado aceitável para isso. De acordo com a WCAG, é necessário ter uma proporção de contraste entre cores de, no mínimo, 4,5:1 (o primeiro valor é o brilho da cor mais clara, enquanto o segundo é o da mais escura).

3. Não ter um time diverso

Trazer pontos de vista igualmente diversos para os processos é essencial para a qualidade dos produtos e serviços.

Contar com pessoas com deficiência (PCD) em sua equipe ajuda muito quando se trata de identificar possíveis falhas de acessibilidade em suas criações. Ninguém melhor para falar do assunto do que uma pessoa PCD. Assim, sua empresa terá os melhores caminhos para solucionar os problemas.

4. Não considerar idosos e crianças

Falar de acessibilidade digital e não considerar idosos e crianças é um tremendo erro! Tornar o seu conteúdo acessível significa permitir que crianças, adolescentes, adultos e idosos possam acessá-lo. Então, considere atributos como:

  • tamanho da fonte;
  • o quão intuitiva é sua interface;
  • a necessidade de adaptar a navegação para o público que tem mais chances de usar cada tipo de serviço.

5. Não ter empatia

Pensar sobre o lado humano do código para se adequar às necessidades envolve o desenvolvimento de uma competência fundamental para qualquer tipo de profissional: a empatia. Ou seja, é preciso ser capaz de se colocar no lugar do outro ao criar produtos. A falta de empatia gera uma série de situações desagradáveis e até mesmo preconceituosas. 

Aprofundando mais o assunto…

Um tema como esse exige constante estudo da parte de pessoas que desenvolvem, já que novas tecnologias e conceitos devem surgir todos os dias. Por isso é tão importante contar com boas fontes de informação da área.

Para começar, uma ótima fonte é o World Wide Web Consortium, que é a principal organização de padronização da web. O W3C possui uma seção dedicada à acessibilidade digital em seu site, além de uma extensa cartilha sobre o tema.

Também existem diversos grupos especializados no assunto que produzem conteúdo. Um exemplo é a Talita Pagani, que é consultora sênior de acessibilidade digital e publica suas pesquisas no LinkedIn.

Por fim, é recomendado se apoiar na tecnologia para realizar auditorias em seus próprios produtos digitais. O Google possui diversos recursos voltados para devs que têm interesse no tema, além de extensões para navegadores que apontam erros em páginas. 

Ou seja, há várias opções por aí para te ajudar a desenvolver de forma mais acessível. Mas é importante lembrar: a melhor forma de aprofundar é ouvir nossas pessoas PCD.

Então, o que acha de já começar a fazer a diferença? Mande esse artigo para pessoas interessadas no assunto e acompanhe o nosso Blog para mais dicas relacionadas ao mundo tech. Ah, e você pode assistir a Talk completa com a Carol Soares logo abaixo:

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