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UX Writing - artigo da Impulso parte 2

13/05/22

6 min de leitura

UX Writing - artigo da Impulso parte 2

Entenda de uma vez por todas o UX Writing – Parte 2

Maysa de AndradeMaysa de Andrade

A aplicabilidade da escrita UX na rotina de trabalho

A experiência do usuário é um dos principais focos da área de design. Afinal, na era da Internet, as marcas precisam oferecer uma boa navegabilidade em suas plataformas. Ao passo que 94% das primeiras impressões sobre um site são relacionadas ao design, de acordo com estudo. Por isso, existem o UX Design e também o UX Writing, atividades especializadas, que já falamos disso aqui no blog.

Neste sentido, o design voltado para usabilidade de quem navega já é uma prática estabelecida na área de TI. Mas e a escrita UX, como funciona na rotina de trabalho? O mercado está aquecido? Vamos esclarecer essas dúvidas neste artigo! Dessa forma, você vai terminar a leitura sem dúvidas ou até com vontade de ingressar neste nicho.

Como está o mercado atual de UX Writing?

Bem como mencionamos na parte 1 deste artigo, esta é uma competência que chegou no Brasil há mais ou menos 5 anos. Por isso, o mercado ainda está entendendo e incorporando aos poucos essa nova forma de escrita. Existem poucas vagas específicas para o cargo, normalmente elas abertas para atuar junto ao setor de Design.

Então, até mesmo nos anúncios de emprego, ainda há uma confusão entre UX Writing e Copy Writing, que apesar do nome parecido, são técnicas diferentes, com finalidades distintas (nos aprofundamos nesta diferença também no artigo anterior).

Ainda assim, quem já é conteudista ou trabalha em outras funções textuais tem capacidade para atuar na área, basta se preparar para isso. Mas como virar UX Writer? Bom, não tem segredo: estudo. Você pode optar por cursos sobre o assunto, livros, podcasts ou até por seguir quem é referência na área. 

Contudo, já existe bastante material sobre o assunto, inclusive, muitos deles inspiraram livros ótimos que foram publicados no nosso idioma, com bons embasamentos. Ler livros, participar de workshops e conversar com pessoas da área vai te permitir desenvolver um feeling em relação à sua escrita.

Como o trabalho de UX Writer se alinha com as diversas áreas da empresa

A pessoa que atua como UX Writer pode trabalhar em colaboração com outras equipes, como as de:

  • UX Design; 
  • Desenvolvimento/TI; 
  • Marketing;
  • Design de Produto.

Desta forma, para deixar bem claro como funciona essa atuação conjunta, eu elenco alguns exemplos práticos logo abaixo: 

Marketing

Por exemplo, imagine um restaurante localizado em um centro empresarial, cujo público-alvo são pessoas que trabalham nos escritórios. O Marketing decidiu que, em algum momento entre às 11 da manhã e às 3 da tarde, a clientela que tiver com o aplicativo instalado vai receber uma notificação. O intuito é incentivá-la a abrir o app e pedir algo para o almoço.

O objetivo desta ação é a conversão. Inclusive, foi por isso que escolheram aquele horário, pois abrange tanto quem almoça cedo como quem costuma fazer isso mais tarde.

Por isso, a equipe de UX Designer avalia se é melhor usar o logo monocromático ou o colorido no pop-up de notificação. Até que, por fim, o UX Writing define qual texto vai transmitir a mensagem com maior efeito. E não, isso não é tarefa para redatores publicitários.

Portanto, justamente por pensar na experiência de quem usa o app, essa pessoa vai escrever algo como:

“Correria, né? Melhor pedir o almoço por aqui”

Esse é um bom exemplo porque uma frase como essa é simples, direta e cabe na tela de qualquer dispositivo.

Design de Produto

Desde já, acompanhe o seguinte diálogo:

— Precisamos rever a forma de login no nosso aplicativo. Nosso sistema só aceita senhas fortes, então, as pessoas que usam vivem criando algo que acabam esquecendo em pouco tempo.

— Quando isso acontecer — diz a pessoa que gerencia o time de produto —, é só ele solicitar uma nova senha que nós enviamos, por e-mail, um link para redefinir.

Logo, outra pessoa faz uma sugestão:

— Fizemos uma pesquisa e vimos que elas não gostam desse esquema de envio de links por e-mail, acham desgastante ter que minimizar o app, acessar o e-mail e procurar algo que enviamos. Fora que nosso e-mail pode se perder na caixa de entrada poluída ou cair no SPAM. Muitas delas nem sabem o que é SPAM, tanto é que a nossa central de atendimento vive recebendo reclamações do tipo “não recebi o e-mail”. Que tal se a gente usasse perguntas de segurança ao se cadastrar?

Então, quem gerencia o time diz:

— Gostei. Podem começar a desenvolver.

Por fim, a quem trabalha como UX Writer vai receber essa demanda da equipe de Produto. A tarefa dela será explicar, com muita clareza e fluidez, por que quem utiliza o aplicativo precisa preencher essas perguntas de segurança, ressaltando a questão da recuperação em caso de perda de senha.

Como verificar seu conteúdo?

Nesse meio tempo, já vimos o mercado de trabalho e a colaboração de quem atua com UX Writing neste artigo. Portanto, agora vamos retomar os critérios utilizados nesta técnica? É preciso que o texto tenha clareza, precisão e valor agregado. Após isso, é importante comprovar que o conteúdo produzido é relevante e deve desempenhar bem.

De modo que, para fazer esta comprovação, vamos listar três maneiras de averiguar o conteúdo:

  1. Teste A/B

    Se você não sabe o que é, não tem problema, porque é bem simples: consiste em disponibilizar duas versões de um mesmo conteúdo e, depois de um período, verificar qual desempenha melhor. Cruzando com o UX Writing, busque entender como as palavras utilizadas em uma versão podem ter influenciado na utilização do usuário.
    De igual modo, esse princípio se aplica para palavras isoladas, que não pertencem a uma linha editorial. Citamos anteriormente as expressões “remover fundo” e “remover background”. A busca pela facilidade na comunicação nos faz adotar “fundo” como opção, mas será que isso se aplica a seu nicho? Valide!
    Essa validação pode acontecer em pesquisas de opinião, teste de cloze (explico a seguir) ou, simplesmente, aplicando as alterações e observando os dados.
  2. Teste de Cloze


    Quem desenvolveu essa técnica foi Wilson L. Taylor, em 1953. Ela consiste em retirar alguns vocábulos de um texto e pedir que quem estiver lendo-o preencha os espaços em branco. Essa pessoa precisará, então, observar o contexto do material para saber qual palavra encaixa melhor.
    Quando você aplica essa metodologia para um público específico, conhece de forma rápida e muito eficiente um pouco de sua bagagem cultural e seu conhecimento técnico. Veja só:
    “O público gosta dessa dupla de cantores porque as vozes deles encaixam perfeitamente.”
    “O público gosta dessa dupla de cantores porque as vozes deles timbram perfeitamente.”
    Entre essas duas respostas, qual você acha que foi escrita por alguém que conhece música? Claramente a resposta B, já que “timbre” é um termo específico.
    Assim, é possível saber o nível musical de quem usa seu aplicativo de música, por exemplo.

  3. Marcadores

    Esses funcionam como um Teste de Cloze, no qual o usuário, ao invés de preencher com palavras que lhe convém, avalia as expressões que fazem mais sentido para si. Dessa maneira, o UX Writer separa algumas frases, as envia para usuários e pede para eles circularem as palavras que não compreenderam ou ficaram confusas.
    Depois, verifique quantas palavras circuladas existem. Se são poucas, é porque a comunicação entre a empresa e o cliente está positiva. Caso contrário, você precisará ver onde está o problema: na definição da persona ou na própria escrita.
    Para fazer isso de forma escalável, configure um pop-up simples no aplicativo, com chamada para uma pesquisa. Na página de destino, pergunte como “De 0 a 5, que nota você dá para a compreensão da frase abaixo?”. A pessoa vai ver e, se não entendeu muito bem, vai dar o feedback.
    É importante levar o usuário para uma página de destino, pois incorporá-la na interface pode fazê-lo responder qualquer coisa só para liberar o conteúdo. É como o Google faz com o Rewards, oferecendo créditos na Play Store em troca da avaliação dos recomendados do YouTube.

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