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uma mão segurando um papel em formato de sacola de dinheiro e com o desenho do cifrão na frente e outra mão segurando um papel em formato e com um desenho de lanterna, atrás um fundo azul - imagem usada para artigo de salários auto-definidos - Blog da Impulso

09/08/22

4 min de leitura

uma mão segurando um papel em formato de sacola de dinheiro e com o desenho do cifrão na frente e outra mão segurando um papel em formato e com um desenho de lanterna, atrás um fundo azul - imagem usada para artigo de salários auto-definidos - Blog da Impulso

Como funcionam salários auto-definidos?

Karine SilveiraKarine Silveira

Você já ouviu falar em salários auto-definidos? Bem, o conceito tem um nome americano: Self-Set Salaries, que em português pode ser traduzido como salário auto-definido. O que nada mais é do que a possibilidade de cada pessoa do time determinar seu próprio salário. Isso pode parecer um sonho para quem busca o controle e liberdade de escolha no trabalho. No entanto, apesar da ideia parecer bastante atrativa, na prática, nem sempre funciona tão bem assim.

Para conseguir um aumento nas empresas que utilizam esse tipo de salário, primeiro as pessoas do time normalmente passam por um processo formal de aconselhamento com outras pessoas do time sobre o valor desejado. Depois, vem a defesa perante um comitê que pode vetar a proposta salarial, se achar que é alta demais.

Mas claro que esta parte burocrática não é padrão. Em muitos lugares, a negociação desses salários acontece entre as pessoas que trabalham na empresa e seus líderes, no entanto, o problema continua o mesmo: para conseguir um aumento, os motivos precisam ser muito bem embasados.

O lado negativo dos salários auto-definidos

Um exemplo desse outro lado é o do Charles Towers-Clark, CEO da Pod Group, que advertiu uma pessoa que propôs um aumento de 50% em seu próprio salário: “Se você se tornar antieconômica, ou seu valor não se justificar, então isso só vai acabar de uma maneira”. Compreendendo a ameaça de demissão posta por Charles, ela reduziu sua proposta.

Por mais que o cenário seja brutal e assustador, isso reflete a realidade de empresas que pensam muito mais no lucro, do que na relação com suas pessoas (como eu costumo me referir aos times de trabalho) — e, infelizmente, o mundo está cheio delas por aí. 🥲

Evgeny Shadchnev, fundador e CEO da Makers Academy, tem um posicionamento parecido com o de Charles. Ele alega que receber um pagamento muito alto pode ser contra o próprio interesse da equipe. Isso porque, junto com o salário, a expectativa dos colegas também aumentará e será muito mais fácil perder a confiança deles caso sintam que a pessoa não está entregando tanto quanto recebe. Com isso, em vez de ser regulado por uma negociação franca e aberta, o salário das pessoas é regulado por ressentimento e pressão dos pares.

Mas ainda existe uma lição nessas situações: é preciso ter muito cuidado e entender o valor que você traz para a empresa. Em muitos casos, novos integrantes em empresas de salários auto-definidos acabam ganhando muito menos do que merecem por terem medo de estipular um valor que realmente acreditam ser justo. É muito importante que você entenda o tanto que seu tempo e seu trabalho valem.

Salários auto-definidos são uma ilusão?

Não deveria. Tanto que aqui na Impulso trabalhamos para que não seja. Afinal, nosso propósito é que todos possam usufruir de ambientes seguros de crescimento, com relações genuínas. E a ideia de salários auto-definidos foi criada para atender ao desejo dos dois tópicos fundamentais nos processos de remuneração:

  • Autonomia
  • Transparência

Além disso, é uma resposta à necessidade cada vez mais urgente de gestões horizontais, onde a definição de salários é descentralizada.

Mas infelizmente, este conceito pode acabar sendo uma ilusão, caso a empresa não esteja preparada para dar mais autonomia para sua equipe. 😔 Assim, a única ideia de ilusão desses salários está no controle que as empresas querem manter ou na falta de autenticidade ao oferecer uma auto-definição dos valores.

No entanto, quando isso não é um problema, pode funcionar. Por exemplo, aqui na Impulso, trabalhamos com Self-Set Salaries e acreditamos que a possibilidade de escolha e poder de negociação são fundamentais. No nosso caso, não tem nada de ilusão e o segredo disso é muito simples: comunicação. Quando existe um diálogo aberto e uma gestão horizontal, fica muito mais fácil se comunicar e chegar a um acordo que agrade os dois lados.

E dentro disso, a transparência no processo de remuneração é um quesito imprescindível para gerar o sentimento de justiça do time e melhorar o engajamento das nossas pessoas.

Implementando o conceito no dia a dia

A dúvida que fica é: Como fazer os salários auto-definidos funcionarem na prática? 🤔 Apesar do lados negativos, os Self-Set Salaries são um sonho de muitas pessoas dentro do mercado de trabalho, e são uma opção muito melhor do que salários baixos pré-estabelecidos. Portanto, seu funcionamento depende apenas de como esta auto-definição acontece.

Primeiro de tudo, esta possibilidade de escolha deve ser autêntica, dando margem para profissionais definirem a quantia. Em seguida, é importante viabilizar que as pessoas tenham poder de negociação e que saibam reconhecer seu valor profissional. É importante ser realista e entender o momento econômico atual, mas não hesite em valorizar seu trabalho no momento de definir a quantia!

Depois disso, só resta torcer e fazer o seu melhor em processos seletivos. E falando neles, caso você esteja em busca de novas oportunidades de trabalho, fique de olho nas nossas vagas abertas. E também vale a pena ler outro artigo do nosso blog, que aborda algumas dicas para quem está buscando trabalho.

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